Notícias

Consumidores entregam ao MME relatório com pautas prioritárias e cobram reforma do setor

 

 

A Frente Nacional dos Consumidores de Energia participou de reunião com o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Arthur Cerqueira Valério, e sua equipe técnica nesta quarta-feira (13), em Brasília. O presidente da Frente, Luiz Eduardo Barata, entregou o relatório Prioridades do Consumidores de Energia 2024, documento que indica as ações mais urgentes a serem adotadas pelas autoridades.

Entre as prioridades, Barata fez um apelo para que o MME dê início à reforma do setor elétrico, por meio de um processo que conte com a participação dos consumidores e todos os demais atores do setor, e que seja coordenado pelo Poder Executivo, que têm a competência institucional e o quadro técnico necessário.

“Não temos preocupação hoje com o abastecimento de energia. Hoje, há uma sobreoferta importante. O que preocupa todo o setor é a sustentabilidade econômica. Esperamos do MME que faça uma ampla reformulação, abrangendo os aspectos operacionais, comerciais e de planejamento do setor. Se nada for feito, temos risco de passar por um colapso nos próximos anos”, afirmou o presidente da Frente.

Revisão dos subsídios
A revisão integral do rol de subsídios que hoje compõem a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) foi outro destaque da conversa. A Frente defende o encerramento dos subsídios que já perderam a razão de existir, como aqueles destinados às energias renováveis, por estas já estarem viabilizadas economicamente no país, e aqueles incentivos destinados, por exemplo, à produção de combustíveis fósseis, como o carvão mineral. Por outro lado, a Frente defendeu a manutenção e aprimoramento da Tarifa Social, destinada à população de baixa renda.

“Toda essa reformulação deve ser coordenada pelo Poder Executivo e não deve ser objeto de leis no Congresso Nacional. Assim como também temos cobrado do Parlamento que não aprove mais subsídios para serem pagos na conta de luz dos consumidores”, reforçou Barata.

O secretário executivo do MME, Arthur Cerqueira, informou que há um estudo em curso no ministério sobre os subsídios da CDE e as soluções possíveis. “Estamos num bom momento para essa discussão. Precisamos achar uma solução para isso”, afirmou Cerqueira.

Participaram também a presidente do Conselho Nacional de Consumidores de Energia (Conacen), Rosimeire Costa, o presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos Faria, a diretora jurídica da Anace, Mariana Amim, o presidente da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedroza, e diretor de Gas Natural da Abrace, Luciano Lorenzon. Todas instituições que integram a Frente.

Contratos PCS e os acordos mediados pelo TCU
As instituições questionaram os acordos mediados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) referentes aos contratos do Procedimento de Contratação Simplificado (PCS) e criticaram a falta de atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nos casos. Na visão das entidades, além do prejuízo causado aos consumidores, o não cumprimento das cláusulas e condições de punição previstas nos contratos do PCS gera insegurança jurídica e abre precedentes. MME e TCU defendem os acordos, ainda que os processos de negociação não tenham contato com a participação dos consumidores de energia, quem efetivamente paga a conta de luz. Desde novembro de 2023, a Frente aguarda o atendimento o pedido de ingresso nos processos de negociação como parte interessada.

Tarifa de Itaipu
A proposta alternativa desenvolvida pela Frente para a negociação da tarifa de Itaipu também foi objeto da reunião. O modelo alternativo consistiria no aumento do valor pago pela cessão da energia do Paraguai, o que levaria ao alcance de um valor muito menor a ser pago pelos consumidores brasileiros.

“Sabemos da dificuldade de negociação com o Paraguai, mas temos certeza de que o Brasil não pode aceitar as condições colocadas. Esse modelo alternativo pode ser a saída”, afirmou Barata. O MME solicitou à Frente mais detalhes sobre a proposta elaborada pela entidade.

Compartilhe essa publicação

Confira mais notícias

carvão

21/10/2025

FNCE, Arayara e Observatório do Carvão Mineral manifestam repúdio ao Projeto de Lei nº 1.371/25
A FNCE, o Instituto Internacional Arayara, o Observatório do Carvão Mineral manifestam seu mais veemente repúdio ao Projeto de Lei (PL) nº 1.371, de 2025,...
xo

20/10/2025

Ibama suspende licença da maior Termelétrica a Gás Natural do Bioma Cerrado
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) indeferiu a Licença Prévia da Usina Termelétrica a Gás Natural Fóssil (UTE) Brasília,...
painel

30/09/2025

Estudo identifica distorções na geração distribuída e propõe ajustes na regulação
Um estudo inédito encomendado pela FNCE e por outras entidades avaliou os impactos da política de incentivos à micro e minigeração distribuída (MMGD) no Brasil....
Audiência pública

18/09/2025

Audiência pública na Câmara debate o fim dos subsídios ao carvão mineral no setor elétrico
Nesta quinta-feira (18), FNCE, Instituto Arayara e Idec participaram de audiência pública sobre os subsídios concedidos ao carvão mineral no setor elétrico. Foi a primeira...
Itaipu

16/09/2025

Estudo mostra o impacto do custo de Itaipu para os consumidores brasileiros no 1º sem 2025
Responsável por acompanhar de forma permanente os custos de Itaipu para avaliar os riscos e impactos aos consumidores de energia, a equipe técnica da FNCE...
Baterias_

15/09/2025

FNCE propõe inclusão de baterias e resposta da demanda no LRCAP 2026
A FNCE protocolou na última sexta-feira (12) as contribuições à Consulta Pública 194/2025 sobre o Leilão de Reserva de Capacidade 2026. Foram apresentadas nove medidas...