O Brasil tem potencial para se consolidar como expoente global na produção de energia. Nossa matriz elétrica é atualmente 92% limpa e temos recursos naturais como sol, vento e água em abundância para aumentarmos ainda mais a sustentabilidade da matriz.
Nosso principal desafio é alcançar uma transição energética justa, que contribua para a redução das desigualdades, tendo por base a capacidade de pagamento do consumidor. Desse modo, será possível levar energia sustentável, barata e de qualidade a todas as famílias e empresas do país. Não podemos repetir o modelo em vigor hoje no setor elétrico, com subsídios repassados para o consumidor pagar.
A partir de projetos híbridos, que utilizem fontes solares, eólicas e baterias, é viável suprir o consumo de energia das populações dos sistemas isolados e extinguir a produção à base de diesel e demais combustíveis poluentes. Com isso, seria viável garantir um fornecimento adequado, de qualidade, barato e limpo.
Diferentemente de outros países que não dispõem de espaço físico no continente, o Brasil tem total condição de ampliar sua capacidade de geração de energia eólica sem necessidade de instalações no mar. A energia eólica “offshore” é aquela obtida através da força do vento em alto-mar. Esse tipo de projeto é muito mais caro e complexo que as instalações em terra firme, ou “on-shore”.
Por não haver necessidade de instalações “offshore” e por elas serem muito mais caras, defendemos uma transição energética em terra firme, visto que o elevado custo da operação em alto-mar inevitavelmente será transferido para os consumidores de energia pagarem.
Nossas políticas públicas precisam promover condições para que a transição energética ocorra na indústria brasileira de modo que o país seja capaz de produzir e exportar produtos verdes a partir da descarbonização e não apenas fornecer energia limpa para outros países. Buscamos uma transição energética que contribua para a geração de empregos e ajude a viabilizar o consumo de produtos e serviços mais sustentáveis em nosso país.
O orçamento de 2023 para o subsídio à produção de carvão mineral é R$ 1,1 bilhão. Uma fonte poluente que ainda pesa na conta de luz de todos os consumidores. Defendemos o fortalecimento do compromisso do Brasil com a manutenção de uma matriz energética limpa e sustentável.
O Brasil tem uma matriz energética, e especialmente elétrica, favorável, quase toda limpa e baseada na abundância de uma série de recursos naturais. Contudo, as mudanças climáticas em curso já têm provocado alterações significativas em períodos de seca, chuvas e temperaturas, além dos desastres naturais.
Diante dessa realidade, é urgente compreender como possíveis impactos das mudanças climáticas podem afetar a matriz energética brasileira, assim como é necessário pensar estratégias para mitigar tais impactos e preservar a sustentabilidade de nossa energia.