Notícias

Agenda 2030: a redução do custo da energia como condição essencial para o alcance dos ODS

Por que uma conta de luz mais barata para famílias e empresas é importante para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável?

         

Adotada em setembro de 2015 por 193 Estados Membros da ONU, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável propõe 17 objetivos e 169 metas de ação global para alcance até 2030. De maneira geral, esses Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) abrangem as dimensões ambiental, econômica e social baseados em um compromisso que envolve governos, sociedade civil, iniciativa privada, instituições de ensino e pesquisa e todos os demais atores que puderem se engajar.

Veja como a redução do custo da energia e o uso de fontes limpas é essencial para todos os ODS:

1. Erradicação da Pobreza: Hoje, cerca de metade das famílias inscritas no CadÚnico encontram-se em situação de extrema pobreza, com renda mensal inferior a R$89,00 per capita. Além disso, os gastos com energia comprometem metade ou mais da metade da renda de 46% das famílias brasileiras que têm renda média mensal de até 1 salário mínimo ou que pertencem à classe D/E. A redução do custo da energia faz muita diferença para essas pessoas.

2. Fome zero e agricultura sustentável: Muitas famílias de baixa renda ficam sem energia em seus lares porque não conseguem pagar a conta de luz. Muitas outras pagam a conta em dia, mas para isso a solução adotada é diminuir ou deixar de comprar alimentos básicos. Por outro lado, um custo de energia mais baixo favorece a agricultura e reduz o preço final dos alimentos. Uma energia mais barata contribui para a segurança alimentar e nutricional de milhões de pessoas.

3. Saúde e bem-estar: energia é um insumo essencial para todos os indicadores sociais, principalmente os de saúde. A prevenção de doenças e a promoção de uma condição saudável estão diretamente ligadas a um acesso sustentável e de qualidade à energia.

4. Educação de qualidade: este é outro indicador social para o qual o acesso à energia é fundamenta. Seja nas escolas e demais instituições de ensino, ou nas residências, a energia é essencial para iluminação, conforto térmico, comunicação e acesso à informação.

5. Igualdade de gênero: Embora sejam a maioria em nosso país, as mulheres ainda sofrem com a desigualdade de oportunidades e passam por inúmeras injustiças. Todas as estratégias para promoção de oportunidades, empoderamento, capacitação profissional e educação que podem contribuir para a redução das desigualdades de gênero requerem acesso qualificado à energia e podem ser decisivamente comprometidas se esse acesso não ocorrer.

6. Água potável e saneamento: estações de tratamento de água só funcionam com acesso à energia. Quanto mais caro for esse insumo, mais caro será o serviço de fornecimento de água assim como o tratamento de esgoto.

7. Energia limpa e acessível: o enorme potencial energético do Brasil conta com fontes renováveis em abundância. Temos total condição de fornecer energia limpa e barata a todos os consumidores do país.

8. Trabalho decente e crescimento econômico: Estudos mostram que, em média, uma redução de 30% do custo da energia promoveria a elevação em 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Reduzir de forma sustentável a conta de luz promove crescimento. A variável energia pode influenciar diretamente na geração de empregos e aumentar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

9. Indústria, inovação e infraestrutura: Nossas políticas públicas precisam promover condições para que a transição energética ocorra na indústria brasileira de modo que o país seja capaz de produzir e exportar produtos verdes a partir da descarbonização e não apenas fornecer energia limpa para outros países.

10. Redução das desigualdades: a qualidade do acesso á energia está diretamente associada à prevalência de desigualdades sociais. Quanto melhor e mais acessível é esse acesso, mais chances as famílias e empresas têm de prosperar e vencer dificuldades. Uma transição energética justa será aquela que promova mais qualidade e menos custo para o acesso energético. Desse modo, será possível contribuir para a redução de desigualdades em lugar de acentuá-las.

11. Cidades e comunidades sustentáveis: o uso de fontes limpas de energia será determinantes para a descarbonização das grandes cidades, considerando grandes emissores como transportes públicos e carros, mas também os prédios públicos e residenciais, por exemplo. Com energia limpa e mais barata, tudo isso se torna mais viável.

12.Consumo e produção responsáveis: Com uma transição energética inteligente, podemos gerar mais empregos e desenvolver nossa indústria para ajudar a viabilizar o consumo de produtos e serviços mais sustentáveis em nosso país.

13. Ação contra a mudança global do clima: Os possíveis impactos das mudanças climáticas sobre a matriz energética brasileira ainda não estão claros, mas sabemos que podem ser severos. Quanto mais investirmos em energia limpa e acessível, mais contribuiremos para a mitigação desses impactos.

14. Vida na água: o investimento em fontes limpas de energia contribui para a preservação da natureza e reduz impactos ambientais. Além disso, o acesso a uma energia mais barata e de qualidade é essencial para a adequada conservação de alimentos e a qualidade de vida das comunidades que vivem da pesca e dependem das águas de rios e mares.

15. Vida terrestre: o investimento em energia limpa e de baixo custo contribui para a proteção, recuperação e promoção dos ecossistemas terrestres, manutenção das florestas e preservação da biodiversidade.

16. Paz, Justiça e Instituições eficazes: sem energia acessível, não podemos promover o amplo acesso à informação e dar transparência à população sobre a atuação das instituições e serviços públicos. Com isso, o acesso aos direitos constitucionais é prejudicado e toda a sociedade perde.

17. Parcerias e meios de implementação: a redução do custo da energia será essencial para a liberação de recursos, redução de despesas operacionais e fortalecimento do orçamento de países, empresas e famílias.

 

 

Compartilhe essa publicação

Confira mais notícias

floresta fogo

31/10/2024

Se não reduzirmos emissões, haverá desequilíbrio no setor elétrico
Nesta semana, a Frente enviou aos ministros diretamente envolvidos nas negociações climáticas uma carta com um importante alerta: se o Brasil e o mundo não...
seminário FNCE

24/09/2024

Confira as imagens do 2º Seminário Nacional dos Consumidores de Energia. Disponíveis para download
Importantes participações, autoridades do setor elétrico, do meio ambiente e do desenvolvimento econômico prestigiaram o 2º Seminário Nacional dos Consumidores de Energia. Neste ano, ampliamos...
amazonas energia1

24/09/2024

Nota à imprensa: Consumidores consideram inadequada e prejudicial a transferência de controle da Amazonas Energia à Âmbar
A determinação judicial da transferência do controle da Amazonas Energia para a Âmbar ignora a avaliação técnica e regulatória (Nota técnica 167/2024) publicada pela Agência...
Painel 4

19/09/2024

Transição que impulsiona indústria nacional e melhora vida da população
O quarto painel do dia de debates promovido pela Frente contou com a moderação do presidente da Abrace Energia, Paulo Pedrosa. Com o tema “Propostas...
imagem_noticia_180924_3

18/09/2024

Consumidores de energia querem protagonismo e democratização do acesso à energia elétrica no Brasil
O Painel 2 do 2º Seminário Nacional dos Consumidores de Energia contou com a presença do deputado federal Joaquim Passarinho (PL/PA), além do superintendente de...
imagem_noticia_180924

18/09/2024

Especialistas defendem revisão da tarifa de baixa renda
A tarifa social de baixa renda é insuficiente para cobrir as necessidades energéticas dos mais pobres no país. Essa é a principal conclusão de estudo...